Um levantamento inédito da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) revelou que jogadoras de futebol feminino sofreram mais lesões do que seus colegas masculinos durante o Campeonato Brasileiro. A pesquisa, que incluiu pela primeira vez dados do futebol feminino, mostrou que a média de atendimentos médicos por lesão nas partidas da Série A feminina foi superior a quatro, um aumento de 70% em comparação à primeira divisão masculina em 2024.
Entre os tipos de lesões, as de joelho se destacaram, apresentando maior frequência entre as mulheres e podendo resultar em afastamentos de até um ano. Jorge Pagura, presidente da Comissão Médica da CBF, destacou a necessidade de atenção especial às particularidades do futebol feminino, especialmente com o Brasil se preparando para sediar a Copa do Mundo de 2027.
O estudo também abordou a implementação de uma substituição extra para casos de concussão, que foi utilizada 25 vezes entre os homens, e será estendida a todas as divisões em 2025. Além disso, a pesquisa analisou as diferenças entre gramados naturais e sintéticos, revelando que, em campos artificiais, a equipe médica visitante é mais acionada, embora não tenha havido diferença estatística significativa nas lesões graves.
Pagura enfatizou que os dados podem ajudar os clubes a reduzir lesões e melhorar o desempenho dos atletas, sugerindo que a maioria das contusões ocorre no segundo tempo, quando os jogadores estão mais cansados. "Com esses dados, você vai ter melhor condição de ter menor contusão e ter uma melhor performance", afirmou o médico.