A obra de Charles Darwin, renomado naturalista, transformou a percepção sobre a evolução das espécies, especialmente através de sua teoria da seleção natural. Embora amplamente reconhecido por suas observações sobre a fauna, como os tentilhões das Ilhas Galápagos, seu trabalho botânico também desempenhou um papel crucial na compreensão da biologia reprodutiva das plantas. A pesquisadora Carolina Ferreira destaca que as contribuições de Darwin na botânica, embora menos conhecidas, são fundamentais para a evolução da ciência.
Darwin, que viveu entre 1809 e 1882, cresceu em um ambiente que estimulava a observação da natureza, influenciado por seu avô, Erasmus Darwin. Durante sua formação em Cambridge, ele foi orientado pelo botânico John Stevens Henslow, que o incentivou a embarcar no HMS Beagle. Durante essa expedição, Darwin coletou uma vasta gama de espécimes vegetais, que serviram como base para a primeira flora conhecida das Galápagos.
Após retornar à Inglaterra, Darwin utilizou seu jardim e estufas como laboratórios ao ar livre, onde testou hipóteses sobre as plantas. Um exemplo marcante de sua capacidade preditiva é a história da orquídea Angraecum sesquipedale, cuja polinização ele previu ser realizada por uma mariposa com uma probóscide longa. Décadas depois, essa mariposa foi descoberta, confirmando suas teorias. As observações de Darwin sobre a diversidade floral e sua relação com a polinização cruzada foram fundamentais para o desenvolvimento da genética e da botânica moderna.