Um laudo da Polícia Federal revelou que a queda da ponte Juscelino Kubitschek, localizada na BR-226 entre Tocantins e Maranhão, foi resultado de falta de manutenção e reformas inadequadas, além de negligência por parte do poder público. O desabamento ocorreu em 22 de dezembro de 2022, resultando na morte de 14 pessoas e deixando três desaparecidas. A ponte, inaugurada em 1961, tinha 533 metros de extensão e ligava os municípios de Estreito (MA) e Aguiarnópolis (TO).
De acordo com o laudo, a estrutura cedeu em um intervalo de 15 a 30 segundos, com o vão central desabando em menos de um segundo. Os especialistas apontam que o aumento no tráfego e na carga de veículos ao longo dos anos comprometeu a integridade da ponte. A última grande reforma ocorreu entre 1998 e 2000, quando foram feitas intervenções que, segundo o perito Laércio de Oliveira Silva Filho, podem ter prejudicado a estrutura original.
Um relatório do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) de 2020 já havia classificado a ponte como "sofrível e precária", recomendando reformas que não foram realizadas a tempo. O delegado Allan Reis de Almeida, responsável pela investigação, destacou a omissão de agentes públicos quanto à manutenção da obra, afirmando que o desastre era previsível. O DNIT, após o incidente, anunciou um contrato emergencial de R$ 171 milhões para a reconstrução da ponte, com previsão de entrega em dezembro de 2025.