O livro 'Cidade Partida 30 anos depois', que revisita a obra clássica de Zuenir Ventura, foi lançado esta semana, trazendo à tona discussões sobre a desigualdade social no Rio de Janeiro. Publicado originalmente em um contexto marcado por tragédias como as chacinas da Candelária e de Vigário Geral, o novo volume reúne artigos e entrevistas de pensadores renomados que analisam a persistência do apartheid social na cidade.
A nova edição conta com sete artigos e entrevistas com figuras que foram protagonistas na obra original, além de uma conversa inédita com Zuenir Ventura e uma entrevista com o fotógrafo João Roberto Ripper, conhecido por seu trabalho no Complexo da Maré. Entre os colaboradores estão especialistas como Silvia Ramos e Luiz Eduardo Soares, que discutem a complexidade da segurança pública e a atuação de grupos armados nas favelas.
Silvia Ramos, coordenadora do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania, destaca que a segurança pública é um dos principais fatores que agravam a divisão social no Rio, citando a corrupção policial e a presença de milícias. Para ela, a situação se deteriorou ao longo dos anos, refletindo um racismo estrutural que permeia as políticas de segurança. O organizador do livro, Mauro Ventura, também enfatiza que a desigualdade social permanece alarmante, comparando a realidade atual com a de 1994.