As lagartixas domésticas, conhecidas cientificamente como Hemidactylus mabouia, têm se tornado uma presença comum em residências brasileiras, mas sua origem é exótica, vinda do continente africano. Acredita-se que esses répteis tenham chegado ao Brasil há séculos, provavelmente escondidos em navios que cruzavam o Oceano Atlântico, onde encontraram um ambiente propício para se estabelecer. O herpetólogo Willianilson Pessoa aponta que os navios, ao permanecerem atracados por dias, permitiram que as lagartixas desembarcassem e se adaptassem ao clima e à disponibilidade de alimentos no país.
Hoje, a Hemidactylus mabouia está disseminada por todo o território nacional e em diversos países das Américas. Apesar de ser considerada uma espécie invasora, não há evidências de impactos negativos diretos sobre as espécies nativas brasileiras. Além disso, essas lagartixas desempenham um papel importante no controle de insetos, alimentando-se principalmente de artrópodes como insetos e aranhas, o que as torna aliadas na manutenção do equilíbrio ecológico em áreas urbanas.
As lagartixas são curiosas e possuem características únicas, como a capacidade de mudar de cor e andar em superfícies verticais, graças a adaptações físicas que permitem sua aderência. Embora algumas pessoas as considerem invasoras, especialistas ressaltam que a verdadeira invasão ocorre quando os humanos ocupam o habitat natural dos animais. Assim, as lagartixas, que se deslocam em busca de abrigo, não têm consciência de que estão adentrando o espaço humano, refletindo a complexa relação entre espécies e seus ambientes.