O economista Paul Krugman, vencedor do Prêmio Nobel de Economia, manifestou sua indignação em relação à tarifa de 50% imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos brasileiros. Em um artigo publicado na noite de quarta-feira (9), Krugman descreveu a medida como 'maligna e megalomaníaca', questionando a eficácia da ação em intimidar uma nação com mais de 200 milhões de habitantes, cuja economia não depende significativamente do mercado americano.
Krugman argumentou que a imposição das tarifas tem motivações políticas, associando a decisão de Trump ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF). O economista sugeriu que essa ação poderia ser um motivo suficiente para o impeachment de Trump, afirmando que a política tarifária dos EUA frequentemente serve a interesses políticos.
Em resposta à medida, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que o Brasil não aceitará ser tutelado e que a elevação unilateral das tarifas será contestada com base na Lei da Reciprocidade Econômica. A nova tarifa deve entrar em vigor em 1º de agosto, e Trump justificou sua decisão alegando ataques do Brasil a eleições livres e violações da liberdade de expressão dos americanos, embora sem apresentar evidências concretas.
Historicamente, o comércio entre Brasil e Estados Unidos tem sido favorável aos americanos, com um saldo superavitário de US$ 48,21 bilhões para os EUA nos últimos 28 anos, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).