O Parlamento de Israel, conhecido como Knesset, aprovou nesta quarta-feira (23) uma moção que propõe a "aplicação da soberania israelense" sobre a Cisjordânia, com 71 votos a favor e 13 contra. A medida contraria o entendimento internacional que considera a Cisjordânia como território ocupado, destinado à formação de um Estado palestino. Apesar da aprovação, a moção não terá efeitos práticos imediatos sobre a região.
O texto da moção afirma que as áreas da Judeia, Samaria e do Vale do Jordão são partes inseparáveis da história do povo judeu. Os parlamentares argumentam que, diante dos eventos de 7 de outubro e do consenso nacional contra a criação de um Estado palestino, é necessário garantir a segurança e o futuro de Israel na região. A proposta é vista como um fortalecimento da presença judaica e um compromisso com a visão sionista.
A aprovação da moção é considerada uma violação de diversas resoluções da ONU e dos Acordos de Oslo, firmados entre Israel e a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) na década de 1990. Desde 1967, Israel controla a Cisjordânia, e a região permanece dividida, com a Autoridade Palestina exercendo controle limitado em algumas áreas, enquanto Israel mantém o controle militar e das fronteiras.
Atualmente, mais de 450 mil israelenses vivem em assentamentos na Cisjordânia, considerados ilegais pela ONU. O governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu tem promovido um aumento nas permissões de construção para esses assentamentos, desafiando as normas internacionais e complicando ainda mais a situação na região.