A gestora Kapitalo Investimentos identificou uma janela de oportunidade para investimentos na Colômbia, comparando a situação atual do país à crise fiscal enfrentada pelo Brasil durante o governo Dilma Rousseff. Em sua carta mensal de junho, a gestora destacou a combinação de um governo de esquerda impopular, a possibilidade de mudança no poder, um crescente desequilíbrio fiscal e um elevado prêmio de risco nos ativos locais.
Desde a posse de Gustavo Petro em agosto de 2022, a Colômbia implementou uma agenda considerada populista, com aumento do papel do Estado na economia e expansão de transferências sociais. Essas políticas resultaram em um déficit nominal projetado de 7,1% do PIB para 2024, além da suspensão da regra fiscal, o que, segundo a Kapitalo, abre espaço para uma política fiscal mais frouxa nos próximos anos.
A gestora acredita que a baixa popularidade de Petro e o desempenho insatisfatório de seus aliados nas pesquisas eleitorais aumentam as chances de um candidato de centro-direita vencer as eleições de maio de 2026. Isso poderia levar a um ajuste fiscal e à valorização dos ativos locais, uma vez que a compressão dos prêmios de risco resultaria em uma valorização de títulos públicos e ações colombianas.
Embora a eleição ainda esteja distante e o cenário apresente incertezas, a Kapitalo considera que os ativos colombianos já incorporam um nível de risco suficientemente alto para justificar uma alocação gradual de capital. O fundo K10 da gestora deve aumentar sua exposição à Colômbia nos próximos meses, tendo registrado uma rentabilidade de 2,30% em junho, equivalente a quase 210% do CDI, e ganhos de 13,02% no ano, ou cerca de 203% do benchmark da classe.