A Justiça do Rio de Janeiro suspendeu o pagamento de bônus para a alta administração da Oi, que enfrenta sua segunda recuperação judicial. A decisão foi proferida pela juíza Simone Gastesi Chevrand, da 7ª Vara Empresarial, que considerou imprópria a prática de bonificações em um momento de dificuldades financeiras da empresa. A Oi havia proposto uma flexibilização nas condições de pagamento aos credores, mas, antes disso, aprovou um aumento de 42% nos pagamentos para sua cúpula administrativa.
A magistrada destacou que a proposta de mudança no plano de recuperação impacta credores da classe trabalhista e que a manutenção de pagamentos de bonificações não é viável no atual contexto. A Oi havia definido, em assembleia, a destinação de até R$ 199 milhões para remuneração do conselho de administração e da diretoria entre 2025 e 2027, o que representaria um aumento significativo em relação ao triênio anterior.
Além da suspensão dos bônus, a juíza também nomeou um observador judicial, conhecido como 'watchdog', para monitorar as contas da Oi, devido a indícios de impropriedades nas informações econômico-financeiras apresentadas pela empresa. O escritório Pinto Machado Advogados Associados foi designado para essa função, que visa aumentar a transparência do processo de recuperação e evitar possíveis abusos de recursos. O watchdog não possui poder de gestão, mas deve relatar ao juízo as decisões estratégicas e financeiras da companhia.