A Justiça de Bauru agendou para os dias 17 e 24 de outubro as audiências de instrução do caso que investiga desvios milionários de recursos da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae). Doze réus, incluindo o empresário Roberto Franceschetti, ex-presidente da entidade, serão ouvidos no Fórum da cidade, a partir das 09h. Franceschetti está preso em Guarulhos, acusado de ser o autor do assassinato da secretária executiva da Apae, Cláudia Lobo, que desapareceu em agosto de 2024.
As investigações, conduzidas pelo Setor Especializado de Combate aos Crimes de Corrupção, Crime Organizado e Lavagem de Dinheiro (Seccold), revelaram que Franceschetti superfaturava notas fiscais relacionadas a serviços prestados à Apae, com contratos que variaram de R$ 9 mil a R$ 20 mil mensais. Os repasses da entidade para sua empresa totalizaram cerca de R$ 600 mil, parte dos quais retornava ao ex-presidente, conforme apurações da Polícia Civil.
Além de Franceschetti, outros réus incluem Leticia da Rocha Prado Lobo, Ellen Souza, Renago Golino, entre outros. O Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado de São Paulo (Gaeco) está movendo a ação, que imputa crimes de peculato, lavagem de dinheiro e associação criminosa aos envolvidos. Em dezembro de 2024, sete pessoas foram presas durante uma operação relacionada ao caso, que também investiga o desaparecimento e assassinato de Cláudia Lobo.
Roberto Franceschetti enfrentará júri popular nos dias 9 e 10 de outubro, enquanto outro réu, Dilomar Batista, responde por ocultação de cadáver e fraude processual. As audiências prometem trazer novos desdobramentos sobre o esquema de corrupção que abalou a Apae de Bauru.