A Justiça de Ourinhos (SP) solicitou esclarecimentos ao atual prefeito Guilherme Gonçalves (PODE) e ao ex-prefeito Lucas Pocay (PSD) sobre um contrato de R$ 36 milhões firmado com a Associação Beneficente de Desenvolvimento Social e Cultural (Abedesc) para a prestação de serviços de saúde básica. A investigação, conduzida pelo Ministério Público, levanta suspeitas de que o contrato visa evitar a convocação de profissionais aprovados em um concurso público realizado em junho de 2024.
De acordo com a ação do MP, a terceirização dos serviços de saúde, que ocorreu apenas dez dias após a realização do concurso, pode ser considerada uma manobra irregular. O concurso tinha como objetivo contratar cerca de 200 profissionais para atuar na área da saúde, mas a contratação da Abedesc foi vista como um obstáculo à convocação dos aprovados.
Em entrevista, o atual prefeito defendeu a renovação do contrato, afirmando que foi necessária para garantir a continuidade dos serviços e que o cronograma para chamar os aprovados está sendo respeitado. Por outro lado, o ex-prefeito Pocay afirmou que a contratação foi realizada de forma legal e transparente. O MP, por sua vez, alerta que, se configurada a improbidade administrativa, ambos podem enfrentar a suspensão dos direitos políticos por 12 anos e a devolução dos valores ao erário.