A Justiça do Espírito Santo liberou seis traficantes suspeitos de assassinato devido à demora do Ministério Público (MP) em se manifestar sobre o caso. O episódio ocorreu na 7ª Promotoria Criminal da Serra, na Grande Vitória, onde a juíza Lívia Regina Bissoli aguardava alegações finais do MP, que não se manifestou em tempo hábil. Documentos revelam que o MP foi notificado em diversas ocasiões, mas não tomou providências, levando à soltura dos acusados.
O Procurador-Geral do estado, Francisco Berdeal, afirmou que não tinha conhecimento da situação e que não recebeu qualquer aviso sobre a lentidão do processo. No entanto, uma documentação datada de 30 de outubro de 2024 contradiz sua declaração, mostrando que o MP foi oficiado pela Justiça. Berdeal também mencionou que uma inspeção anterior não identificou problemas na Promotoria de Serra.
Juristas consideraram a decisão da Justiça de afastar o MP e permitir que o advogado da família das vítimas atuasse como promotor uma medida rara, embora prevista na legislação. O advogado criminalista Fabrício Campos destacou que, embora a lei estipule um prazo de 15 dias para a manifestação do MP, a Justiça geralmente tolera atrasos, a menos que considere que houve protelação excessiva. O caso levanta questões sobre a eficiência do sistema judiciário e a responsabilidade do MP em processos criminais.