A Justiça da Flórida, nos Estados Unidos, emitiu nesta segunda-feira (7) uma nova citação ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido das empresas Trump Media & Technology Group e da plataforma de vídeos Rumble. O processo, que se insere em um contexto de tensões entre o Brasil e os EUA, ocorre enquanto o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) se encontra no país desde março de 2025.
Moraes, que já havia acolhido um pedido da Polícia Federal para prorrogar por 60 dias o inquérito que investiga Eduardo Bolsonaro, é acusado pelas empresas de censura a conteúdos publicados em redes sociais no Brasil. A nova citação, que apresenta o endereço completo do ministro, dá a ele um prazo de 21 dias para responder à queixa, sob pena de ser julgado à revelia.
A Advocacia-Geral da União (AGU) informou que está monitorando o processo e prepara intervenções em nome do Brasil, caso necessário. A ação das empresas alega violação da Primeira Emenda da Constituição dos EUA, que garante a liberdade de expressão, e busca a declaração de que as ordens de Moraes são inexequíveis nos Estados Unidos, além de indenização por danos à reputação e oportunidades de negócio.
O caso ocorre em meio a declarações do ex-presidente Donald Trump, que defendeu Jair Bolsonaro, e a resposta do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva, reafirmando a soberania do Brasil frente a interferências externas. A investigação sobre Eduardo Bolsonaro envolve suspeitas de que ele tenha promovido uma campanha para que o governo americano impusesse sanções a autoridades brasileiras relacionadas ao julgamento de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro.