A Justiça Federal da Flórida autorizou, nesta terça-feira (15), as empresas Rumble e Trump Media a anexar uma nova ordem do ministro Alexandre de Moraes à ação que movem contra o magistrado brasileiro. A decisão, assinada pela juíza Mary Scriven, intensifica o conflito entre plataformas digitais e o Supremo Tribunal Federal (STF), refletindo na já tensa relação diplomática entre Brasil e Estados Unidos.
O novo episódio está relacionado à ordem emitida por Moraes na última sexta-feira (11), que determinou o bloqueio do perfil do comentarista Rodrigo Constantino na plataforma Rumble, além de exigir o fornecimento de dados cadastrais e a preservação de conteúdo, sob pena de multa diária de R$ 100 mil. A Rumble não cumpriu a determinação e alegou violação à soberania dos EUA, censura e descumprimento de leis locais.
Na petição aceita pela juíza Scriven, Rumble e Trump Media argumentam que a ordem de Moraes se refere a conteúdo produzido nos EUA por um cidadão americano, enviado diretamente à sede da empresa na Flórida. As companhias sustentam que a decisão visa obter dados privados de um cidadão americano fora dos marcos legais dos Estados Unidos, acusando Moraes de abuso de autoridade.
O processo, iniciado em fevereiro, ocorre em meio a uma crise diplomática mais ampla entre Brasil e Estados Unidos, exacerbada pelo anúncio de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros por Donald Trump, que justificou a medida como uma reação à "perseguição judicial" a Jair Bolsonaro. Moraes foi notificado na semana passada e deve apresentar resposta em até três semanas, sob pena de ser julgado à revelia.