A Justiça da Argentina determinou que a ex-presidente Cristina Kirchner e outros oito réus condenados por corrupção devem ressarcir os cofres públicos em aproximadamente R$ 3 bilhões. A decisão foi proferida por um tribunal federal e se baseou em uma perícia que avaliou o dano causado ao erário público durante sua gestão, que ocorreu entre 2007 e 2015.
Os condenados têm até o dia 13 de agosto para efetuar o depósito em conta judicial, sob pena de bloqueio de bens e valores. A sentença é um desdobramento do caso de administração fraudulenta em contratos de obras viárias, cuja condenação de Kirchner foi confirmada no mês passado pela Corte Suprema argentina.
Cristina Kirchner, que cumpre pena de seis anos de prisão em regime domiciliar devido à sua idade, declarou um patrimônio de 250 milhões de pesos (cerca de R$ 1,1 milhão) em 2023, valor significativamente inferior ao montante exigido pela Justiça. Além dela, foram condenados Lázaro Báez, ex-secretário de Obras Públicas José López e outros cinco ex-funcionários, com penas variando de 3 anos e meio a 6 anos de prisão.
O processo investiga fraudes em 51 contratos públicos na província de Santa Cruz, reduto político dos Kirchner, onde a maioria dos contratos foi vencida por empresas de Báez. A ordem de pagamento tem caráter solidário, sem especificar quanto cada réu deve pagar, e visa devolver parte do prejuízo causado por práticas que configuraram o uso do aparato estatal para fins privados. Kirchner nega as acusações e afirma ser vítima de perseguição política.