Os juros futuros no Brasil apresentaram uma leve estabilização nesta sexta-feira, 11 de outubro, após uma manhã de alta. Enquanto os rendimentos dos Treasuries nos Estados Unidos subiram, o mercado local reagiu com cautela, refletindo a expectativa de uma possível solução menos severa para a nova ofensiva comercial americana, que afeta 23 países, incluindo o Brasil.
No fechamento do pregão, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2026 subiu de 14,936% para 14,940%. Já o DI de janeiro de 2027 passou de 14,300% para 14,330%, enquanto o DI de janeiro de 2028 registrou 13,615%, em comparação a 13,579% do dia anterior. O DI do primeiro mês de 2029 também apresentou leve alta, encerrando em 13,480%.
Felipe Sichel, economista-chefe da Porto Asset, destacou que, apesar da pressão externa, as taxas longas locais mostraram uma leve queda. Ele observou que a retórica do governo brasileiro pode ter influenciado a percepção do mercado, mesmo com o aumento significativo nos juros dos T-Bonds de 30 anos nos EUA, que atingiram 4,961%.
Durante um evento no Espírito Santo, o presidente Lula reafirmou o compromisso do governo em lutar contra a taxação imposta pelos EUA. No entanto, fontes indicam que o governo deve evitar uma comunicação excessiva nos próximos dias, em meio a um cenário de incertezas. A equipe econômica do Santander observou que a curva de juros local teve uma elevação geral ao longo da semana, influenciada pela tensão comercial e pela postura cautelosa do Federal Reserve em relação à política monetária, que impacta diretamente as decisões do Banco Central brasileiro.