Os juros futuros no Brasil apresentaram uma alta moderada na sessão desta quarta-feira (9), impulsionados pelo anúncio de tarifas comerciais de 50% sobre produtos brasileiros pelo presidente dos EUA, Donald Trump. No fechamento do pregão, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2026 subiu para 14,930%, enquanto o DI de janeiro de 2027 passou para 14,270%. Os vencimentos mais longos também registraram aumentos significativos, com o DI de janeiro de 2028 alcançando 13,595%.
A aversão ao risco gerada pela taxação de Trump teve um impacto mais acentuado sobre os juros futuros, conforme destacado por Tiago Hansen, diretor de gestão da Alphawave Capital. Ele observou que, embora os juros não tenham sentido tanto o efeito da tarifa, a pressão sobre o câmbio e a Bolsa foi evidente. A situação é complexa, pois a dinâmica da curva de juros brasileira está atrelada a fatores internos, como as discussões sobre o aumento do IOF e dados de atividade econômica.
Além disso, a ata da última reunião do Federal Reserve (Fed) revelou divisões sobre a trajetória futura da taxa de juros nos EUA, com a possibilidade de cortes a partir de setembro. Flávio Serrano, economista-chefe do banco BMG, comentou que o foco do mercado agora é quando esses cortes ocorrerão, o que pode influenciar as decisões do Banco Central brasileiro. O cenário permanece volátil, com a evolução das tratativas entre o governo e o Congresso sendo um fator crucial para os próximos passos da política monetária no Brasil.