O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, Paulo Azi (União-BA), anunciou que o julgamento da cassação da deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) deve ocorrer entre agosto e setembro. O cronograma depende do relator do caso, deputado Diego Garcia (Republicanos-PR), que pode solicitar a oitiva de testemunhas, incluindo o hacker Walter Delgatti Neto, que acusou Zambelli de invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Zambelli foi condenada a dez anos de prisão por sua participação nesse episódio. A defesa da parlamentar, que já solicitou o arquivamento da representação, argumenta que a oitiva de Delgatti e de outras testemunhas é essencial para garantir a legitimidade do processo. O advogado Fábio Pagnozzi destacou que a realização dessas oitivas é um direito da defesa e uma condição para a imparcialidade do julgamento.
O relator Diego Garcia tem até cinco sessões para apresentar seu parecer, que dependerá do número de sessões plenárias realizadas. A Câmara dos Deputados está atualmente em recesso e retoma as atividades na próxima semana. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que a Casa está tomando as providências necessárias em relação ao mandato de Zambelli, ressaltando que a deliberação se restringe à perda de mandato e não à prisão.
O processo na CCJ foi instaurado por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF) e, após a votação, caberá ao plenário decidir sobre a cassação da deputada, que requer 257 votos favoráveis. Atualmente, Zambelli se encontra foragida na Itália, onde possui cidadania, e é alvo de um mandado de prisão emitido pelo ministro Alexandre de Moraes.