A juíza Angélica Chamon Layoun, de 39 anos, foi demitida do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) após ser investigada por utilizar sentenças padronizadas em aproximadamente 2.000 processos cíveis. A decisão, assinada pelo presidente do tribunal, desembargador Alberto Delgado Neto, ocorreu durante seu estágio probatório, quando a magistrada inflou artificialmente sua produtividade.
A demissão de Angélica foi resultado de um Processo Administrativo Disciplinar, que revelou práticas irregulares, como o desarquivamento de processos já julgados para emitir novos despachos, aumentando assim seus números de produtividade. Desde setembro de 2023, a juíza estava afastada de suas funções, e seus advogados já recorreram ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) na tentativa de reverter a decisão.
Angélica Chamon Layoun ingressou no TJ-RS em julho de 2022 como juíza substituta em Cachoeira do Sul. Por não ter alcançado a vitaliciedade, sua demissão foi possível sem a necessidade de sentença judicial. Sua defesa considera a decisão "desproporcional" e alega falta de provas de dolo ou má-fé. Além disso, a juíza enfrenta uma ação penal movida pelo Ministério Público, e sua nomeação no tribunal gaúcho foi controversa, uma vez que ela havia sido inicialmente reprovada em avaliações anteriores.