O juiz Odijan Paulo Gonçalves Ortiz foi demitido do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) após ser investigado por importunação sexual. A decisão foi publicada no Diário da Justiça Eletrônico na terça-feira, 15 de outubro, e é resultado de uma deliberação do Órgão Especial da corte, que confirmou a pena de demissão em julho deste ano. Ortiz atuava na comarca de Vacaria e já respondia a um processo pelo mesmo crime.
A demissão ocorreu após relatos de quatro mulheres, incluindo uma juíza, uma advogada e duas estagiárias, que denunciaram comportamentos inadequados do magistrado, tanto no ambiente de trabalho quanto em redes sociais. Os depoimentos apontaram olhares invasivos, aproximações físicas indevidas e comentários impróprios, levando ao afastamento de Ortiz em 2023 durante o estágio probatório.
Com a publicação oficial da decisão, o tribunal confirmou que não cabe mais recurso e que Ortiz perderá o salário, que em junho deste ano alcançou R$ 35 mil, mesmo durante o afastamento. A defesa do juiz alega que não houve comprovação das acusações, sustentando que as alegações se basearam em relatos subjetivos e que a pena aplicada foi desproporcional. O processo disciplinar tramitou sob segredo de justiça, e o TJRS reafirmou seu compromisso com a ética e a confiança da sociedade no Poder Judiciário.