Um juiz federal de New Hampshire, Joseph Laplante, decidiu bloquear em caráter nacional a ordem executiva do presidente Donald Trump que visava eliminar a cidadania por nascimento. Na sua decisão, divulgada na última segunda-feira, Laplante afirmou que "privar da cidadania americana é uma mudança abrupta de uma política de longa data, e causa danos irreparáveis". O juiz, nomeado por George W. Bush, ressaltou que a cidadania americana é um privilégio inestimável.
A ordem executiva de Trump estava programada para entrar em vigor em 27 de julho, após o Tribunal Supremo ter invalidado outras tentativas de bloqueio semelhantes. A decisão de Laplante é considerada um marco jurídico importante, especialmente diante da resistência judicial às políticas do presidente. O juiz concedeu um prazo de sete dias para que o governo federal apresente recurso contra sua decisão.
A ação judicial foi movida pela União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU) e menciona que a ordem executiva afetaria tanto "crianças existentes quanto futuras". A principal requerente, uma cidadã hondurenha chamada Barbara, está com um pedido de asilo pendente e espera seu primeiro filho, que nascerá nos Estados Unidos. A ACLU argumenta que a nacionalidade por nascimento é um direito garantido pela 14ª Emenda da Constituição americana.