A partir de setembro, caçadores no Japão poderão abater ursos e outros animais selvagens que se aproximarem de áreas urbanas, conforme anunciado pelo Ministério do Meio Ambiente nesta terça-feira. A medida, considerada drástica, foi motivada pelo aumento de avistamentos de ursos e ataques a pessoas, com registros de ferimentos e mortes nos últimos anos.
As novas diretrizes estabelecem que a captura dos animais por outros meios, como armadilhas, não será viável. Além disso, a utilização de munição letal deverá ser aprovada pelos governos municipais e deve garantir que as balas não representem risco para a população. O controle de tráfego e a evacuação de moradores locais também estão entre as medidas previstas para garantir a segurança durante a ação.
Cientistas apontam que a crise climática tem impactado as fontes de alimento dos ursos, levando-os a se aventurarem em áreas urbanas. Nos 12 meses até março deste ano, 85 pessoas foram feridas e três morreram em ataques de ursos, um aumento significativo em relação ao ano anterior, que registrou 219 ataques, o maior número desde o início dos registros há 19 anos.
Recentemente, um caso trágico ocorreu na província de Iwate, onde uma idosa de 81 anos foi encontrada morta após um ataque de urso. As autoridades também enfrentaram desafios com a presença de ursos em locais como o aeroporto de Yamagata, onde voos foram cancelados devido à invasão do animal. A população de ursos no Japão tem crescido, com estimativas apontando para 44 mil ursos negros, um aumento significativo em relação a anos anteriores.