O Itaú Unibanco estima que a implementação de tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos ao Brasil, a partir de 1º de agosto de 2025, poderá resultar em uma redução de 0,2 a 0,6 ponto porcentual no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) ao longo de um ano. A análise foi divulgada em relatório nesta manhã, assinado pelo economista-chefe Mario Mesquita.
O banco ressalta que essas projeções estão sujeitas a um elevado grau de incerteza, uma vez que podem variar conforme a realocação do comércio e possíveis retaliações. Apesar de manter a previsão de crescimento do PIB em 2,2% para 2025 e 1,5% para 2026, o Itaú revisou o balanço de riscos de "neutro para baixista" devido a dados de atividade econômica mais fracos no segundo trimestre de 2023.
No que diz respeito ao PIB do segundo trimestre, o Itaú espera uma expansão de 0,5% na margem e um crescimento de 2,4% em relação ao ano anterior, embora com viés de baixa. O relatório também destaca a queda consecutiva na indústria de transformação e a estabilidade no varejo ampliado, além de um desempenho fraco no setor de serviços.
Apesar das dificuldades, o Itaú aponta que fatores como a liberação de precatórios e a aceleração nas concessões do novo consignado privado podem estimular o consumo na segunda metade de 2025. A instituição mantém suas projeções para a taxa de desemprego em 6,4% para 2025 e 6,9% para 2026, indicando uma expectativa de resiliência no mercado de trabalho, especialmente no setor formal.