O Itaú Unibanco anunciou uma revisão de seus cenários macroeconômicos para o Brasil e o exterior, em resposta ao recente aumento de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Segundo Mario Mesquita, economista-chefe do banco, a deterioração do sentimento em relação ao Brasil nas últimas semanas reflete a influência negativa dessas medidas sobre a dinâmica dos ativos brasileiros.
A política fiscal expansionista dos EUA e o protecionismo comercial têm reduzido a diferença de crescimento entre a economia americana e o restante do mundo, resultando em um enfraquecimento do dólar. Apesar de uma valorização do real, que caiu de R$ 6,00 para R$ 5,50 em relação ao dólar no primeiro semestre, a nova tarifa pode impactar negativamente as exportações brasileiras, com uma possível redução de até US$ 16 bilhões no fluxo anual para os EUA.
Os economistas do Itaú mantiveram a projeção da taxa de câmbio em R$ 5,65 para 2025 e 2026, além de prever um crescimento do PIB de 2,2% em 2025 e 1,5% em 2026. Apesar do cenário internacional favorável, a incerteza fiscal e as novas tarifas limitam os ganhos potenciais da moeda brasileira. O banco também destacou que o dólar americano enfrenta uma tendência de queda devido a fatores estruturais e conjunturais, como o alto déficit em conta corrente e riscos geopolíticos.