O Ministério das Relações Exteriores do Brasil convocou, nesta quarta-feira (9), o encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Gabriel Escobar, para prestar esclarecimentos sobre uma nota da representação diplomática que endossa declarações do ex-presidente americano Donald Trump em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro. A nota, que critica a "perseguição política" contra Bolsonaro, foi considerada uma interferência inaceitável nos assuntos internos do Brasil.
A embaixada americana, em sua declaração, descreveu a situação como "vergonhosa" e um desrespeito às tradições democráticas brasileiras, refletindo a linguagem utilizada por Trump em suas mensagens recentes nas redes sociais. O ex-presidente dos EUA, que tem se manifestado frequentemente sobre o caso, classificou o tratamento dado a Bolsonaro como "terrível" e pediu que o deixassem em paz.
A reação do governo brasileiro foi imediata, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmando que o Brasil "não aceita tutela ou interferência externa". Lula destacou a importância da defesa da democracia e do cumprimento da lei como responsabilidades exclusivas dos brasileiros, ressaltando que as instituições do país são sólidas e independentes. O gesto do Itamaraty representa uma clara insatisfação com a postura adotada por Washington em relação aos assuntos internos do Brasil.