O diretor administrativo da Itaipu Binacional, Iggor Gomes Rocha, anunciou nesta quarta-feira, 25, durante o Energy Summit, em [Local do evento], a intenção da empresa de atualizar seus sistemas de contratações públicas, com foco na inovação. Segundo Rocha, o objetivo é trazer a empresa para os padrões de 2025 em termos de aquisição de soluções inovadoras. A declaração foi feita durante um painel no segundo dia do evento, onde o diretor destacou o contraste entre a inovação da construção da Itaipu e os processos burocráticos atuais, herdados de modelos tradicionais de compras públicas comuns a estatais da América Latina, que buscam atender às exigências de transparência do Brasil e do Paraguai. Atualmente, a empresa ainda utiliza pregões e métodos tradicionais, limitando a incorporação de tecnologias de ponta.
Atualmente, tanto o Brasil, com o Marco das Startups e a Lei das Licitações, quanto o Paraguai, com sua legislação de incentivo à inovação tecnológica, possuem arcabouços legais que poderiam ser melhor aproveitados pela Itaipu. Entretanto, os normativos internos da empresa ainda não se alinham completamente a esses dispositivos. Para superar essa defasagem, a Itaipu busca inspiração em outras empresas estatais brasileiras, como a Petrobras, e acompanha atentamente as discussões regulatórias no Paraguai. A dificuldade em incorporar a inovação nas compras públicas é um desafio significativo, considerando que, segundo o Governo Federal, as compras públicas representam 12% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, podendo chegar a 16%, mas apenas 2% são destinados a soluções inovadoras.
A modernização das compras públicas na Itaipu tem o potencial de alavancar o desenvolvimento tecnológico na região e impulsionar a eficiência da empresa. A iniciativa também pode servir como um exemplo para outras estatais brasileiras e latino-americanas, incentivando a adoção de modelos mais ágeis e eficientes para a aquisição de inovação. O sucesso desta iniciativa dependerá da capacidade da Itaipu de superar os desafios burocráticos e encontrar um equilíbrio entre a transparência e a agilidade necessárias para a incorporação de novas tecnologias. A AGU, representada por Bruno Portela, ressaltou a longa história da regulamentação das compras públicas no Brasil, apontando a Lei nº 8.666/93 como um marco importante, mas reconhecendo a necessidade de adaptações para atender às demandas atuais de inovação.