O exército israelense lançou uma ofensiva terrestre no centro da Faixa de Gaza nesta segunda-feira (21), em meio a um apelo de 25 países para o fim do conflito que já dura mais de 21 meses. Em um comunicado, os ministros das Relações Exteriores de nações como Reino Unido, Espanha, Itália, Portugal, Canadá e França expressaram preocupação com o aumento do sofrimento civil e a falta de assistência humanitária na região.
A Defesa Civil de Gaza e testemunhas relataram intensos disparos de artilharia em Deir al Balah, onde Israel anunciou a ampliação de suas operações militares, incluindo áreas que nunca haviam sido alvo de intervenções anteriores. O exército israelense orientou os civis a evacuarem a região, que abriga entre 50.000 e 80.000 pessoas, segundo o Gabinete da Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU.
Moradores começaram a deixar suas casas, levando seus pertences em carroças puxadas por burros, enquanto relatos de explosões e bombardeios pesados se intensificaram. Abdallah Abu Slim, um residente local, expressou temor sobre uma possível operação terrestre em Deir al Balah, onde centenas de milhares de deslocados se encontram. Hamdi Abu Mughsib, outro morador, destacou a falta de segurança na Faixa de Gaza, afirmando que não há para onde ir.
De acordo com o porta-voz da Defesa Civil de Gaza, Mahmoud Basal, ao menos 15 pessoas foram mortas em diferentes áreas desde o amanhecer, e a situação foi descrita como "extremamente crítica" pela ONG Medical Aid for Palestinians. O conflito continua a gerar uma crise humanitária sem precedentes na região.