Neste sábado (12), Israel e o Hamas se acusaram mutuamente pela estagnação das negociações para um cessar-fogo na Faixa de Gaza, onde mais de 20 palestinos foram mortos em ataques israelenses, conforme informações da Defesa Civil local. As conversas, mediadas por Catar, Egito e Estados Unidos, ocorrem em Doha desde o último domingo (6) e visam um acordo de trégua de 60 dias, após o início do conflito em 7 de outubro de 2023, quando o Hamas atacou Israel. O acordo também prevê a libertação de dez reféns israelenses em poder do grupo palestino.
Fontes palestinas afirmam que as negociações enfrentam "obstáculos complexos", especialmente devido à recusa de Israel em se retirar completamente da Faixa de Gaza, onde vivem mais de 2 milhões de pessoas. Israel, por sua vez, acusa o Hamas de não fazer concessões e de utilizar uma "guerra psicológica" para minar o processo de paz. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu reiterou que o objetivo da ofensiva é libertar reféns e desmantelar a infraestrutura do Hamas.
Em um comunicado conjunto, sete agências da ONU alertaram sobre a escassez crítica de combustível na Faixa de Gaza, o que pode agravar a crise humanitária na região. O Exército israelense informou ter bombardeado cerca de 250 "alvos terroristas" nas últimas 48 horas, mas a veracidade das informações é difícil de confirmar devido às restrições de acesso ao local. Dados oficiais indicam que o ataque do Hamas em outubro resultou em 1.219 mortes israelenses, enquanto as operações de retaliação israelenses causaram pelo menos 57.882 mortes de palestinos, a maioria civis, segundo o Ministério da Saúde de Gaza.