O Ministério das Relações Exteriores de Israel manifestou, nesta quinta-feira (24), sua reprovação à decisão do governo brasileiro de aderir a uma ação judicial que acusa o país de cometer genocídio na Faixa de Gaza. Em um comunicado divulgado nas redes sociais, Israel classificou a postura do Brasil como uma "profunda falha moral", além de a considerar "imprudente e vergonhosa". A declaração surgiu um dia após o Brasil anunciar sua intenção de intervir na Corte Internacional de Justiça (CIJ) em um processo movido pela África do Sul, que alega que Israel descumpriu a Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio.
O governo de Israel argumentou que, em um momento em que enfrenta desafios existenciais, a decisão do Brasil de se unir à ação judicial representa uma traição ao consenso global contra o antissemitismo. A embaixada israelense em Brasília também reiterou que não há genocídio em Gaza, acusando o governo Lula de ignorar as ações terroristas do Hamas.
Por outro lado, o Itamaraty defendeu sua posição, afirmando que a comunidade internacional não pode permanecer inerte diante das atrocidades em Gaza e expressou indignação com as violações de direitos humanos e humanitários na região. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, têm denunciado a situação em Gaza como um "genocídio" e uma "carnificina", pedindo um cessar-fogo permanente e a entrada de ajuda humanitária para os palestinos.