Na quarta-feira, 16 de outubro, as Forças Armadas de Israel realizaram um ataque aéreo em Damasco, capital da Síria, como parte de uma nova escalada de conflitos na região. Este ataque marca a primeira vez que Israel justifica uma ofensiva em defesa de um grupo étnico, os drusos, que enfrentam combates com forças sírias. A ação ocorre em meio a tensões crescentes entre drusos e beduínos na província de Sweida, onde a situação se deteriorou após a intervenção do Exército sírio.
Os drusos, uma minoria étnica com raízes no islamismo xiita, vivem predominantemente na Síria, Líbano e Israel. A comunidade, que conta com cerca de 1 milhão de pessoas globalmente, tem enfrentado crescente perseguição desde a ascensão do novo governo sírio, que prometeu incluir minorias, mas tem sido acusado de ataques a civis drusos. O conflito atual começou quando membros de uma tribo beduína atacaram um druso, levando a uma série de retaliações e confrontos.
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos informou que, após a intervenção do governo sírio, os combates entre drusos e beduínos se intensificaram, resultando em um cessar-fogo temporário que não durou. Após os ataques israelenses, o líder religioso druso Sheikh Yousef anunciou um novo acordo de cessar-fogo com o governo sírio, que entrou em vigor imediatamente. O ataque de Israel, que atingiu alvos estratégicos como o Ministério da Defesa sírio, representa uma nova fase nas complexas dinâmicas de poder na região.