Em resposta ao aumento da fome em Gaza e à pressão internacional, Israel anunciou nesta sexta-feira, 25, que irá lançar ajuda humanitária por via aérea para os palestinos. A ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) relatou que o número de crianças com desnutrição grave na região triplicou nas últimas duas semanas, enquanto autoridades locais confirmaram mais 9 mortes por fome aguda, totalizando 54 óbitos nesta semana.
A ajuda, que incluirá alimentos, medicamentos e água, será enviada por aviões da Jordânia e dos Emirados Árabes, que despejarão pacotes com paraquedas sobre o território. No entanto, especialistas e agências humanitárias alertam que essa abordagem pode gerar tumultos e não garante a precisão das entregas, com risco de que mantimentos caiam fora da área ou até no mar.
Atualmente, cerca de 500 mil palestinos enfrentam insegurança alimentar em Gaza, de uma população total de 2 milhões, com 100 mil em situação de inanição. A entrada de alimentos e combustíveis em Gaza tem sido severamente restringida por Israel desde o início do conflito, exacerbando a crise humanitária. Enquanto isso, a diplomacia internacional se intensifica, com a Europa pedindo o fim da catástrofe humanitária, em contraste com a postura dos EUA e Israel, que paralisaram negociações com o Hamas.
Apesar das evidências de desnutrição, Israel nega a existência de fome generalizada, afirmando que a situação é distorcida por uma suposta campanha do Hamas. Contudo, a MSF destaca que 25% das crianças atendidas em sua clínica estão desnutridas, refletindo a gravidade da crise em Gaza.