Nove meses após o assassinato de Patrícia Rosa dos Santos, de 40 anos, suas irmãs Bruna e Priscila falam sobre a dor da perda e a luta por justiça. O crime, que ocorreu em 22 de outubro de 2022, em Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre, teve como principal suspeito o marido da vítima, o médico André Lorscheitter Baptista, de 48 anos, que foi preso preventivamente em 29 de outubro. Ele é acusado de utilizar medicação restrita a hospitais para cometer o feminicídio.
As irmãs de Patrícia expressam que a dor da perda é constante e que o tempo não alivia o luto. "A gente vive essa história todos os dias", afirma Bruna, ressaltando que a família ainda não conseguiu superar a tragédia. Priscila, por sua vez, destaca o impacto emocional na criança que Patrícia deixou, seu sobrinho, que sente falta da mãe carinhosa.
Além do feminicídio, as irmãs apontam que a situação é ainda mais dolorosa por ter sido cometida por um profissional da saúde, que deveria proteger a vida. "Ele se utilizou do seu conhecimento e da sua profissão para cometer o crime", lamenta Bruna. O médico está atualmente impedido de exercer a medicina, após uma interdição cautelar do Conselho Regional de Medicina do RS (Cremers).
A família mantém uma página nas redes sociais chamada "Justiça pela Patrícia" para mobilizar apoio e conscientizar sobre a importância de denunciar abusos. Elas alertam que o abuso psicológico pode ser tão devastador quanto a violência física e pedem que vítimas busquem ajuda e denunciem suas situações, para que tragédias como a de Patrícia não se repitam.