O Irã anunciou que reagirá a qualquer reimposição de sanções das Nações Unidas relacionadas ao seu programa nuclear, conforme declarado pelo porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Esmaeil Baghaei, em coletiva de imprensa nesta segunda-feira. A declaração surge em um contexto de crescente tensão diplomática, após uma fonte diplomática francesa afirmar que potências europeias consideram ativar o 'mecanismo snapback' caso não haja um acordo que proteja seus interesses de segurança.
O 'mecanismo snapback' permite a reimposição de sanções da ONU ao Irã, conforme estipulado no acordo nuclear de 2015, que suspendeu tais medidas em troca de limitações ao programa nuclear iraniano. Baghaei criticou a ameaça de reimposição, alegando que carece de base legal e política, e ressaltou que a República Islâmica responderá de maneira apropriada.
O acordo, conhecido como Plano de Ação Conjunto Abrangente (JCPOA), envolve Reino Unido, Alemanha, França, Estados Unidos, Rússia e China. Baghaei também acusou as potências europeias de violarem suas obrigações sob o JCPOA, questionando sua legitimidade para acionar o mecanismo. A tensão entre o Irã e os países ocidentais se intensificou após a saída dos Estados Unidos do acordo em 2018, durante a presidência de Donald Trump, que criticou o pacto como insuficiente.
Atualmente, não há datas definidas para a retomada das negociações nucleares entre o Irã e os EUA, conforme informado por Baghaei, em meio a um cenário de incertezas após um recente cessar-fogo entre Irã e Israel que afetou a estabilidade da região.