O Parlamento do Irã anunciou nesta quarta-feira que o país não retomará as negociações nucleares com os Estados Unidos até que certas condições prévias sejam atendidas. A declaração, divulgada pela mídia estatal iraniana, ressalta que as negociações não podem prosseguir enquanto os EUA utilizarem o diálogo como uma estratégia para encobrir possíveis ataques militares, especialmente por parte de Israel.
Embora as condições específicas não tenham sido detalhadas, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, já havia mencionado anteriormente a necessidade de garantias contra novos ataques a Teerã. Recentemente, Israel e os EUA realizaram ataques a instalações nucleares iranianas, alegando que estas estariam ligadas a um programa de desenvolvimento de armas nucleares, o que Teerã nega, afirmando que seu programa é de natureza civil.
As negociações entre Teerã e Washington, mediadas por Omã, haviam avançado em cinco rodadas antes do conflito aéreo de 12 dias, mas estagnaram devido às exigências dos EUA para que o Irã abandonasse seu enriquecimento de urânio. Araqchi reiterou a posição do Irã de que não aceitará um acordo que limite seu programa de enriquecimento e se recusa a discutir questões relacionadas a mísseis balísticos.
O presidente dos EUA, Donald Trump, declarou que não tem pressa para negociar, afirmando que as instalações nucleares do Irã estão "obliteradas". Além disso, Trump mencionou que os EUA, em conjunto com três países europeus, estabeleceram o final de agosto como prazo para um acordo, enquanto o ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Noel Barrot, indicou que sanções da ONU poderiam ser reimpostas caso não haja progresso nas negociações até essa data.