O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apresentou nesta quinta-feira (17) uma proposta de Imposto Global Mínimo de 14% para indivíduos com renda superior a R$ 50 mil mensais. A medida visa garantir a isenção do Imposto de Renda da Pessoa Física para aqueles que ganham até R$ 5 mil por mês, promovendo uma redistribuição mais equitativa da carga tributária no Brasil.
A alíquota sugerida pelo Ipea é superior àquela prevista no Projeto de Lei (PL) 1087/2025, atualmente em tramitação no Congresso Nacional, que estabelece uma alíquota progressiva de até 10% para rendimentos acima de R$ 600 mil anuais. O estudo do Ipea, assinado pelo técnico Pedro Humberto Carvalho, argumenta que a tributação dos mais ricos deve ser maior, considerando a renda total, incluindo dividendos e outros rendimentos atualmente isentos.
Com a implementação da alíquota de 14%, o Ipea estima que a arrecadação do Imposto de Renda Pessoa Física poderia aumentar em até R$ 145,6 bilhões, elevando a participação do IRPF no PIB de 3,1% para 4,3%. Apesar do avanço, o percentual ainda ficaria abaixo da média de 8,5% observada em países da OCDE. O Ipea também destaca limitações no projeto de lei do governo, que, segundo o estudo, não resolveria a desigualdade na tributação entre as classes sociais.