A fabricante de painéis solares Bila Solar, com sede em Cingapura, anunciou a suspensão dos planos de expansão de sua nova fábrica em Indianápolis. Essa decisão se alinha a uma tendência mais ampla, com a canadense Heliene reavaliando sua proposta de fábrica de células solares em Minnesota e a norueguesa NorSun reconsiderando um projeto em Tulsa, Oklahoma. Além disso, dois parques eólicos offshore no nordeste dos EUA, que já possuíam as licenças necessárias, podem não ser construídos.
Essas mudanças ocorrem após os republicanos decidirem, no início deste mês, eliminar rapidamente os subsídios federais para energia solar e eólica, como parte de um novo projeto orçamentário. A Casa Branca também orientou agências a endurecer as regras sobre quem pode reivindicar os incentivos restantes, o que, segundo analistas, poderá reduzir significativamente a instalação de energia renovável nos próximos anos.
De acordo com a empresa de pesquisa Wood Mackenzie, as instalações solares e eólicas podem ser 17% e 20% menores do que o previsto anteriormente na próxima década. A Rhodium, outra empresa de pesquisa, estima que a nova legislação coloca em risco cerca de US$ 263 bilhões em investimentos em energia renovável e US$ 110 bilhões em projetos industriais relacionados, além de aumentar os custos de energia para a indústria em até US$ 11 bilhões até 2035.
O governo Trump defendeu a medida, alegando que a rápida adoção de energias renováveis causou instabilidade na rede elétrica e elevação de preços para os consumidores, afirmações contestadas por especialistas do setor. Representantes da indústria de energia alertam que novos projetos de geração são essenciais para atender à crescente demanda energética nos EUA, incluindo aqueles baseados em fontes renováveis e combustíveis fósseis.