O Escritório do Representante de Comércio dos Estados Unidos (USTR) anunciou na terça-feira (15) a abertura de uma investigação comercial contra o Brasil, com foco na Rua 25 de Março, em São Paulo, um dos maiores centros de comércio popular da América Latina. A ação, ordenada pelo presidente Donald Trump, visa apurar alegações de venda de produtos falsificados e a falta de proteção aos direitos de propriedade intelectual no país.
Comerciantes e consumidores da 25 de Março reagiram à notícia, expressando descontentamento com a intervenção americana. Cidélia, técnica em enfermagem, destacou que muitos produtos brasileiros são exportados para os EUA, questionando a lógica da comparação entre os dois mercados. Já Fernando, vendedor, afirmou que a responsabilidade sobre a situação cabe ao governo brasileiro, e não a Trump.
A investigação surge em um contexto de tensões comerciais, com Trump já tendo anunciado tarifas de 50% sobre exportações brasileiras. O USTR argumenta que o Brasil não tem conseguido combater eficazmente a importação e venda de produtos falsificados, citando a 25 de Março como um dos maiores mercados desse tipo no mundo, apesar de operações policiais frequentes.
Além disso, um relatório anterior do USTR já havia identificado áreas de pirataria em São Paulo, incluindo o Centro Histórico e bairros como Santa Ifigênia e Brás. A falta de sanções e medidas efetivas para desestimular a prática de falsificação é apontada como um dos principais problemas a serem enfrentados pelo Brasil, segundo o documento divulgado pelo governo americano.