A Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado divulgou nesta quinta-feira, 17, o Relatório de Acompanhamento Fiscal (RAF) de julho, que indica uma melhora nos indicadores econômicos para o cumprimento da meta fiscal de 2025, em comparação aos anos anteriores. A análise sugere que a tendência de redução do desequilíbrio fiscal é evidenciada pela diminuição do déficit primário corrente entre 2024 e 2025.
Apesar dos sinais positivos, a IFI alerta para a necessidade de cautela na interpretação dos dados, uma vez que a aprovação do Orçamento da União para 2025 ocorreu apenas em março, resultando em um represamento na execução orçamentária. O relatório destaca que o pagamento dos precatórios será concentrado em julho, e a execução de emendas parlamentares e despesas discricionárias não rígidas foi baixa, além de uma queda real de 7,4% nos valores do Bolsa Família no primeiro semestre de 2025.
A IFI também menciona que a combinação de uma política monetária contracionista com um impulso fiscal reduzido e um cenário externo instável deve impactar o crescimento econômico deste ano. O relatório aponta que, embora a economia ainda opere acima do seu nível potencial, as pressões inflacionárias estão em níveis menores do que em períodos anteriores.
Por fim, em relação à taxação de 50% sobre produtos brasileiros anunciada pelos Estados Unidos, a IFI ressalta que os efeitos sobre a economia nacional ainda não estão claros. A entidade enfatiza que o ajuste estrutural deve focar na área fiscal para garantir a consolidação do arcabouço fiscal e evitar o estrangulamento da máquina estatal, além de recuperar a capacidade de investimento governamental e direcionar recursos para setores prioritários.