As instalações sanitárias da Cáritas Brasileira em Boa Vista e Pacaraima, na fronteira com a Venezuela, foram reabertas nesta segunda-feira (30), após um fechamento que durou desde janeiro de 2025. A suspensão do repasse de verbas americanas para ajuda humanitária motivou o fechamento das estruturas, que agora voltam a atender migrantes em situação de vulnerabilidade. O funcionamento será diário, das 8h às 17h, com a meta de atender ao menos 500 pessoas por dia.
Na primeira semana de reabertura, 1.958 migrantes utilizaram os serviços, que incluem banheiros, duchas, fraldários, lavanderia e bebedouros com água potável, conforme dados da Cáritas. Kesler Pedra, uma migrante venezuelana de 34 anos, destacou a importância das instalações para garantir dignidade no atendimento às necessidades básicas. Ela e sua família, que vivem em um abrigo, enfrentavam dificuldades para acessar banheiros antes da reabertura.
A reabertura das instalações também trouxe de volta a visibilidade da ajuda americana, com a exposição do nome da Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (USAID) e sua bandeira, que haviam sido cobertos durante o fechamento. A Cáritas Brasileira atribui a reativação das instalações a esforços de diálogo com o governo federal e à colaboração internacional, além de uma campanha de arrecadação de recursos.
As estruturas fazem parte do projeto Orinoco: Águas que Atravessam Fronteiras, que já atendeu mais de 50 mil migrantes em Roraima em 2024. A reabertura representa um passo importante para a assistência a migrantes e refugiados na região, que enfrentam desafios diários em busca de melhores condições de vida.