Nágila Seidenstucker, formada em Filosofia pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, está transformando o acesso à informação para pessoas com deficiência visual. Após se mudar para São Paulo em 2020, a jovem assumiu a posição de editora freelancer na Fundação Dorina Nowill para Cegos, uma das principais instituições de impressão em braille da América Latina. Durante sua trajetória, Nágila identificou desafios significativos no setor, como a falta de infraestrutura tecnológica adequada e a necessidade de adaptação constante a problemas existentes.
Decidida a superar essas barreiras, Nágila, com o apoio do marido desenvolvedor, aprendeu a programar e criou soluções para otimizar a formatação de conteúdos em braille. Essa iniciativa culminou na criação da área de Desenvolvimento de Sistemas e Inovação na fundação, onde ela desenvolveu a Plataforma Braille, uma ferramenta que automatiza a transcrição de arquivos para o sistema braille.
Atualmente, a equipe da Fundação Dorina Nowill, em parceria com a CodeBit, está avançando no projeto que visa facilitar a transcrição de gráficos, tabelas e mapas, além de investir em tecnologias como a Dorina IA, que gera audiodescrição de imagens. Com cerca de 6,5 milhões de brasileiros com deficiência visual, segundo o IBGE, a iniciativa de Nágila busca não apenas melhorar a qualidade dos materiais didáticos, mas também aumentar a inclusão e a empregabilidade dessa população, que enfrenta altas taxas de analfabetismo e baixa inserção no mercado de trabalho.