O Banco Central do Brasil divulgou uma carta nesta quinta-feira (10) ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, informando que a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), registrou uma alta de 5,35% nos últimos 12 meses, superando o teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). A meta para o ano era de 3%, com um intervalo de tolerância entre 1,5% e 4,5%.
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, atribuiu o aumento da inflação a diversos fatores, incluindo a atividade econômica aquecida, a valorização do dólar frente ao real, o custo da energia elétrica e anomalias climáticas. A inflação tem permanecido acima do limite máximo da meta por seis meses consecutivos, conforme as novas regras da meta contínua em vigor desde janeiro.
Galípolo destacou que o crescimento do PIB superou as expectativas, impulsionando o consumo das famílias e os investimentos. Além disso, a carta menciona que os preços de bens importados e serviços também foram impactados pela valorização do dólar. O documento ainda aponta altas inesperadas nos preços da gasolina, do café, do vestuário e de automóveis, contribuindo para a pressão inflacionária.
A situação atual levanta preocupações sobre a desancoragem das expectativas de inflação, especialmente no segundo semestre de 2024, e os efeitos adversos das mudanças na bandeira tarifária de energia, que também têm pressionado os preços ao consumidor.