A inflação na Argentina registrou um aumento de 1,6% em junho, conforme dados do governo divulgados nesta segunda-feira, superando as expectativas de economistas que projetavam uma alta de 1,9%. Essa leve elevação ocorre em um contexto de desaceleração da inflação anual, que caiu para 39,4%, a menor taxa em cinco anos. O resultado é considerado uma vitória para o presidente Javier Milei, que se prepara para as eleições de meio de mandato.
O aumento dos preços ao consumidor foi influenciado por fatores sazonais, como a queda nos preços de frutas e verduras, que ajudaram a ancorar a inflação em maio. Apesar do enfraquecimento do peso argentino, que caiu 1,2% em junho, economistas apontam que a recente queda nos preços internacionais de commodities alimentares contribuiu para a estabilidade dos preços internos. A inflação núcleo também apresentou uma queda significativa, ficando abaixo de 2% pela primeira vez, segundo o diretor da consultoria EcoGo, Sebastian Menescaldi.
Nos primeiros dias de julho, o peso argentino enfrentou uma desvalorização de cerca de 5%, impulsionada pela demanda sazonal por dólares e pela instabilidade política pré-eleitoral. O ministro da Economia, Luis Caputo, minimizou as preocupações do mercado em uma entrevista, afirmando que a volatilidade não representa um problema. As taxas de juros, que subiram após um novo acordo com o FMI, continuam a impactar a recuperação econômica, que ainda apresenta sinais de melhora, com projeções de crescimento de 5% para este ano.
As eleições de outubro, que decidirão a composição do Congresso Nacional, têm a economia como tema central. A província de Buenos Aires também realizará eleições locais em setembro. Um desempenho positivo de Milei nas urnas pode incentivar a confiança dos investidores em suas reformas econômicas, que buscam estabilizar a economia argentina.