A inflação mensal na Argentina registrou uma alta de 1,6% em junho, superando as expectativas do governo de Javier Milei, que esperava uma continuidade na tendência de queda. Em maio, a taxa havia sido de 1,5%, o menor índice desde o início da atual gestão. Os dados foram divulgados pelo Indec (Instituto Nacional de Estatística e Censos), que apontou os setores de educação e habitação como os principais responsáveis pelos aumentos, com altas de 3,7% e 3,4%, respectivamente.
A liberalização cambial, implementada em abril com o fim do “cepo” ao dólar, trouxe instabilidade nos preços, refletindo na inflação. Apesar de uma queda para 2,8% em abril, analistas já previam um novo aumento em junho, com uma média de estimativas em 1,9%. Embora o resultado de junho tenha frustrado as expectativas, algumas consultorias, como a C&T Economic Advisors, ainda vislumbram sinais de desaceleração, prevendo uma leve queda para 1,7% em julho.
Na capital argentina, Buenos Aires, a inflação foi de 2,1% no mês, impulsionada por pressões nos aluguéis, alimentação e transporte. No primeiro semestre, a cidade acumulou uma inflação de 15,3% e uma taxa anual de 44,5%. O índice núcleo da inflação subiu 2,2%, com tarifas de transporte e mensalidades escolares contribuindo para o avanço, enquanto itens sazonais, como hortaliças, ajudaram a moderar o impacto.