A inflação oficial do Brasil, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), registrou alta de 0,24% em junho, conforme dados divulgados nesta quinta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado é levemente inferior ao de maio, que foi de 0,26%. No acumulado do ano, a inflação atinge 2,99%, enquanto nos últimos 12 meses chega a 5,35%. Esses números permanecem acima do teto da meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3% ao ano, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, deverá enviar uma nova carta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, explicando o descumprimento da meta de inflação e as medidas que serão adotadas para controlar a alta dos preços. O aumento mais significativo no IPCA de junho foi causado pela energia elétrica residencial, que subiu 2,96%, contribuindo com 0,12 ponto percentual para o índice. Esse aumento se deve à bandeira tarifária vermelha patamar 1, que adiciona R$ 4,46 a cada 100 kWh consumidos.
No primeiro semestre, a energia elétrica acumulou alta de 6,93%, sendo o principal item de impacto positivo no período. O gerente da pesquisa do IBGE, Fernando Gonçalves, destacou que o setor enfrentou variações significativas ao longo do ano, incluindo quedas e aumentos nas tarifas. Por outro lado, o grupo Alimentação e Bebidas apresentou uma queda de 0,18% em junho, a primeira em nove meses, puxada pela redução nos preços de itens como ovos, arroz e frutas, embora ainda acumule a maior alta percentual no IPCA dos últimos 12 meses.