A inflação de alimentos apresentou uma leve aceleração na terceira quadrissemana de julho, passando de 0,46% para 0,51%, conforme dados da Fundação Instituto de Pesquisa Econômica (IPC-Fipe). O coordenador do índice, Guilherme Moreira, destacou que essa variação ajudou a conter uma alta mais intensa no Índice de Preços ao Consumidor, que subiu de 0,19% para 0,26% no mesmo período.
Moreira explicou que a queda nos preços de alimentos in natura é comum nesta época do ano, devido à sazonalidade. Além disso, os alimentos industrializados também mostraram desaceleração, com uma alta de apenas 0,26%, após um aumento de cerca de 0,80% no final de junho.
Entretanto, a queda acentuada no preço da laranja, que registrou uma diminuição de 6,15%, pode ser um reflexo das tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Moreira alertou que, embora este seja um bom momento para exportar a safra de laranja, é difícil separar os efeitos da safra das tarifas sobre os preços. Ele prevê que a tendência é de queda nos preços da laranja, especialmente com a iminente tarifa a ser aplicada em 1º de agosto.
Por outro lado, os grupos de Habitação e Transportes devem continuar a pressionar a alta do índice, impulsionados principalmente pelos custos de energia elétrica e transporte urbano. A Fipe revisou sua projeção para a inflação de julho, reduzindo-a de 0,41% para 0,33%, devido à expectativa de uma queda maior nos preços dos alimentos do que o inicialmente previsto.