Em uma reunião de emergência realizada na tarde desta segunda-feira, 14, os presidentes das federações das indústrias de todo o Brasil solicitaram um adiamento de pelo menos 90 dias na aplicação das novas tarifas impostas pelos Estados Unidos. A convocação foi feita pelo presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, em resposta ao anúncio do governo norte-americano, que propôs um aumento tarifário de até 50% sobre produtos brasileiros na semana passada.
A CNI destacou que esse prazo é crucial para que a indústria nacional possa avaliar os impactos da medida e buscar soluções diplomáticas que evitem perdas significativas. Durante a reunião, foi apresentada uma estimativa preliminar indicando que a implementação das tarifas poderia resultar na perda de aproximadamente 110 mil postos de trabalho, além de um impacto negativo no PIB, cujos efeitos ainda não foram quantificados.
Os representantes das indústrias enfatizaram a importância de conduzir as negociações com cautela e diálogo técnico, preservando os canais institucionais entre Brasil e Estados Unidos. A secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Tatiana Prazeres, também participou do encontro e informou que as considerações feitas serão encaminhadas ao governo.
Além disso, um comitê interministerial criado pelo Palácio do Planalto começará a se reunir nesta terça-feira, 15, com representantes de diversos setores econômicos. O objetivo é coletar impressões e estudos que servirão de base para a resposta do governo brasileiro ao tarifário anunciado por Donald Trump.