Milhões de trabalhadores da indústria de vestuário no Camboja e no Sri Lanka enfrentam incertezas em relação a seus empregos, à medida que se aproxima o prazo para um acordo comercial que evite tarifas punitivas impostas pelos Estados Unidos. O presidente americano, Donald Trump, notificou diversas nações sobre novas tarifas de importação, que devem entrar em vigor em 1° de agosto, após um período de negociações de 90 dias.
Os países asiáticos, especialmente o Camboja e o Sri Lanka, dependem fortemente do mercado americano para suas exportações. O Camboja, que exportou mais de US$ 3 bilhões em roupas para os EUA no ano passado, pode enfrentar tarifas de 36%, enquanto o Sri Lanka, que gerou US$ 1,9 bilhão em 2024 com suas exportações, pode ter uma taxa de 30%. Essas tarifas podem impactar significativamente as economias locais e o sustento de centenas de milhares de trabalhadores.
Trabalhadores como Nao Soklin, do Camboja, expressam preocupação com a possibilidade de perder seus empregos, que são essenciais para sustentar suas famílias. O setor de vestuário no Camboja emprega mais de 900 mil pessoas, enquanto o Sri Lanka conta com cerca de 350 mil trabalhadores na mesma indústria. As autoridades de ambos os países buscam negociar reduções nas tarifas, com o Camboja já tendo conseguido uma concessão de 13 pontos percentuais e o Sri Lanka uma de 14 pontos percentuais.
Os líderes dos dois países estão otimistas em relação a novas negociações, mas reconhecem que a situação é crítica. O vice-primeiro-ministro do Camboja, Sun Chanthol, afirmou que o objetivo é alcançar uma tarifa zero, enquanto o secretário-geral do Fórum Conjunto da Associação de Vestuário do Sri Lanka, Yohan Lawrence, alertou que tarifas elevadas podem prejudicar a competitividade do país em relação a concorrentes como o Vietnã.