Representantes da indústria brasileira solicitaram nesta segunda-feira (14) o adiamento por pelo menos 90 dias das tarifas de 50% sobre produtos brasileiros que entram nos Estados Unidos. A demanda foi apresentada durante uma reunião de emergência virtual, convocada pelo presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, e contou com a participação da secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Tatiana Prazeres.
Durante o encontro, os líderes do setor avaliaram os impactos socioeconômicos da medida anunciada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que pretende implementar a taxação a partir de 1º de agosto. A CNI alertou que a aplicação da tarifa poderia resultar na perda de pelo menos 110 mil postos de trabalho no Brasil e teria um efeito negativo significativo no Produto Interno Bruto (PIB) do país.
Tatiana Prazeres se comprometeu a levar as preocupações da indústria ao governo brasileiro, que decidiu criar um comitê interministerial para coordenar as ações contra a nova tarifa. A medida foi discutida após uma reunião no Palácio da Alvorada entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministros, incluindo o da Fazenda, Fernando Haddad, e o da Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin.
As tarifas, que foram impostas unilateralmente pelo governo dos EUA, representam um desafio significativo para as exportações brasileiras, que em 2024 totalizaram US$ 40,4 bilhões, correspondendo a 12% do total vendido aos norte-americanos. Além disso, Trump iniciou uma investigação formal contra o Brasil por práticas comerciais consideradas desleais, com base na Seção 301 da Lei de Comércio dos EUA.