A indústria brasileira começou o segundo semestre de 2023 sem recuperar a confiança, conforme revela o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) – Resultados Setoriais, divulgado nesta terça-feira (22) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). A pesquisa, realizada entre 1º e 10 de julho, mostra que 21 dos 29 setores analisados apresentaram queda na confiança em julho, com destaque para a região Norte, que viu seu índice cair de 53 para 50 pontos.
Segundo Marcelo Azevedo, gerente de Análise Econômica da CNI, os dados não consideram os impactos do aumento das tarifas de importação anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. "Foi um grande recuo generalizado, mas ainda não reflete completamente a opinião dos empresários sobre o tarifaço, pois a pesquisa foi realizada nos primeiros dias de julho", explicou Azevedo, ressaltando que a redução na confiança está diretamente relacionada ao recente aumento da taxa Selic.
O levantamento também revelou que apenas as indústrias do Nordeste mantêm um nível de confiança, enquanto os empresários das regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste demonstram falta de confiança. Três setores migraram da confiança para a falta de confiança: perfumaria, limpeza e higiene pessoal; produtos diversos; e produtos de borracha. Em contrapartida, o setor de manutenção e reparação foi o único a reverter a falta de confiança para a confiança.
A pesquisa abrangeu 1.788 empresas industriais, sendo 724 pequenas, 652 médias e 412 grandes. A maior queda de confiança foi observada entre as médias empresas, com uma redução de 1,3 ponto, seguidas pelas grandes (-1,1 ponto) e pequenas (-0,7 ponto). Ao todo, 23 setores industriais estão sem confiança, enquanto apenas seis permanecem confiantes.