Representantes da indústria brasileira se reuniram nesta quinta-feira (10) com deputados da Comissão de Indústria, Comércio e Serviços da Câmara dos Deputados para discutir as novas tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, incluindo aço e alumínio. Cristina Yuan, diretora do Instituto Aço Brasil, afirmou que essa medida pode inviabilizar a exportação desses produtos, especialmente se as tarifas forem cumulativas, elevando a carga tributária para 100%.
Yuan destacou que a balança comercial é superavitária para os EUA, com o Brasil exportando US$ 2,3 bilhões em aço e importando US$ 5,3 bilhões em carvão e máquinas. Ela também alertou sobre o desvio de comércio, que pode permitir a entrada de aço chinês a preços subsidiados no mercado brasileiro, prejudicando a indústria local. Atualmente, a China representa mais de 66% das importações de aço do Brasil.
Herlon Alves Brandão, representante do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), apontou a falta de clareza nas novas tarifas, que podem afetar 350 mercadorias, e estimou uma redução de 40% nas exportações de aço e alumínio para os EUA. Pedro Henrique Macêdo, da Associação Brasileira do Alumínio (Abal), informou que as exportações de alumínio caíram 25% no primeiro semestre de 2024, com os laminados sendo os mais impactados.
A deputada Jack Rocha (PT-ES) defendeu a aplicação da Lei da Reciprocidade Econômica, que permite ao Brasil adotar contramedidas em resposta a tarifas prejudiciais. Ela enfatizou a necessidade de uma solução que proteja as empresas e os trabalhadores brasileiros diante do que chamou de 'tarifaço'.